Quando
o assunto versa sobre estudar, muitos questionamentos surgem. A graduação é
fundamental para todos os que pretendem e galgam novos horizontes. Eu, por
exemplo, decidi que deveria estudar somente após os vinte e cinco anos, mais ou
menos. Assim, retornei à escola após muitos anos de afastamento. Havia cursado
até a quinta série do antigo primeiro grau. Hoje denomina-se ensino fundamental.
Posteriormente,
me matriculei novamente visando terminar o que havia começado há anos e sem
obter sucesso na conclusão. Então ingressei no chamado “tele sala”. Não
freqüentava as aulas com regularidade. Era aquele aluno considerado o
verdadeiro “aluno turista.” Lembro-me perfeitamente que foi disponibilizado
para os alunos uma oportunidade de fazer uma prova para eliminar matéria.
Então, num único dia, para aquele que havia realizado sua inscrição previamente
poderia realizar as provas correspondente.
O
resultado foi divulgado dias depois. Consegui realizar várias provas de forma
que obtive aprovação em várias. Ficando somente uma para realizar futuramente.
Assim, o primeiro (ensino fundamental nos dias de hoje!) grau já estava quase
finalizado. A matéria pendente não teve como, precisei freqüentar a sala de
aula e obter aprovação somente no dia marcado para avaliação final, juntamente
com os demais colegas cuja situação era semelhante.
Para
o segundo grau (atualmente ensino médio), foi ofertada situação semelhante à
descrita acima sobre o ensino fundamental. Consegui ser aprovado sem maiores
problemas, fui bem com notas relativamente altas. Meu ego estava satisfeito por
ora.
Só
que, esse tipo de ensino tem lá suas consequências e eu estava ciente disso,
razão pela qual procurei recuperar o tempo perdido. Confesso que muitas coisas não
tive oportunidade de ver durante o processo descrito acima, aliás, oportunidade
tive sim. Na verdade, não soube aproveitar. E, em virtude disso, a única
maneira de recuperar era literalmente “enfiar” a cara nos livros.
Senti
muita dificuldade de quando optei e determinei que ainda queria mais no sentido
de estudar. Dessa maneira, não hesitei e tão logo a oportunidade aparecera eu
tomei posse dela. Escolhi um curso e pronto, lá estava eu. Curso escolhido:
Direito. Tempo de duração: cinco anos, que conscientemente sabia que muitas
lutas viriam.
Não
tinha noção da dimensão que isso implicaria. Já nas primeiras aulas percebi que
teria dificuldade em acompanhar os demais colegas por conta de estarem em nível
intelectual muito superior. Entretanto, em nenhum momento me passou pela cabeça
a ideia de desistir. Ciente de que não seria nada fácil, optei por esforçar-me
ainda mais.
A
ideia de ficar para trás e ser envergonhado não conseguiu seu intento de quando
tentou tomar posse de mim. Não aceitei de pronto essa ideia negativa.
Determinei que seria diferente e, assim, o foco não poderia se afastar em
nenhuma circunstância. Um fato lamentável ainda estava por vir: a questão das
mensalidades estava me assombrando a ponto de não permitir que dormisse
tranquilamente.
Durante
o primeiro ano da graduação, precisei arcar com as mensalidades. Tão logo
surgiu oportunidade, me inscrevi num programa do governo estadual que garante o
pagamento das mensalidades. Em contrapartida, teria que trabalhar nos finais de
semana; durante oito horas por dia, durante os quatro anos restantes.
Até
o momento que escrevo, já não mais faço parte desse programa. Lá fiquei durante
três anos e meio. Fácil não foi. Valeu a pena o esforço, falta pouca para
concluir a graduação. Entretanto, o que me levou escrever esse texto foi o fato
de ter lido o esforço de um detento para concluir sua graduação.
Após
ler a notícia, percebi que meu esforço não pode nem de longo ser comparado ao
esforço empreendido por essa pessoa. Detalhe: não se trata de uma simples
graduação. Hoje ele conta com mais de uma graduação. Abaixo, eis o link da
matéria. Vale a pena conferir.
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