“A justiça sustenta numa das mãos a balança que pesa o direito, e na outra, a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do direito” - Rudolf Von Ihering



quinta-feira, 28 de abril de 2011

ABSTENÇÃO DO USO DA MARCA


A Turma entendeu que a expressão “Creme de Rosas” para designar um desodorante pode ser compreendida como uma variação do conhecido “Leite de Rosas”. Ponderou que “Leite de Rosas” e “Creme de Rosas”, ambos apostos em embalagens de desodorante na mesma cor rosa forte e com dizeres igualmente da mesma cor, parecem se referir a variantes do mesmo produto. Entendeu, ainda, evidente a má-fé da recorrida, pois ficou comprovado que fazia embalagens muito semelhantes às da recorrente, o que, a toda evidência, visava iludir o consumidor ao usufruir do respeito que já era inerente à marca dessa última. Assim, a Turma deu provimento ao recurso e determinou à recorrida que se abstenha de utilizar a marca “Creme de Rosas”. REsp 929.604-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 22/3/2011.

(**)INFORMATIVO DO STJ 467.

terça-feira, 26 de abril de 2011

CONTENDA ARGUMENTATIVA


DA GALERIA GOOGLE

Inicio a semana com os olhos na semana que findou-se. Foi uma semana muito produtiva, apesar de curta. Explorei o máximo que pude de alguns textos interessantíssimos encontrados na internet. No que tange ao âmbito jurídico, li e gostei muito desses artigos aquiaqui e aqui por razões óbvias. Ou seja, clareza, simplicidade e, acima de tudo, a maestria com que os temas foram tratados. Não teria a mesma convicção em afirmar caso os artigos fossem escritos por pessoas cuja formação humanística tão somente deixou de acompanhá-los. O universo jurídico tem seus (des)encantos e, por vezes, a insensibilidade de alguns operadores do direito provoca insatisfação genuinamente até mesmo em quem não está envolvido num conflito de interesse. Já que mencionei a questão da insensibilidade e pelo fato de haver centralizado temas acompanhados na semana passada, ganhou notoriedade a sentença onde o juiz fez comparações nada razoáveis entre a pretensão do autor, na propositura da ação de danos morais, em virtude de haver sido barrado na porta giratória do estabelecimento bancário. Ocorre que, na fundamentação, o magistrado fez uma conexão entre o ocorrido no estabelecimento bancário e a lamentável tragédia em Realengo/RJ. Propus, na faculdade, uma discussão como colegas que haviam lido a sentença. Houve os mais diversificados argumentos, partindo dos coerentes como também os esdrúxulos. Este último com porcentagem maior sobre o primeiro. Cheguei a pensar não ter sido uma boa ideia levantar essa questão (leia-se: sentença!) para o debate. Sem falar de alguns interlocutores que se recusaram a participar da contenda argumentativa. Enfim, prevaleceu o bom senso e ninguém saiu ferido. Partindo do pressuposto de que devemos trocar ideias para aprender mudar de ideia o debate até que foi proveitoso. Por derradeiro, tomei de empréstimo o excelente comparativo feito pelo saudoso José Renato Nallini, a saber: “qual a diferença entre o insensível e o homicida?” Volto eu: para mim, nenhuma.  

quinta-feira, 21 de abril de 2011

ACABANDO COM A ÂNSIA EM VIRTUDE DO FERIADO


MAIS UMA DO GOOGLE

De conformidade com minha vontade e pondo fim à ânsia que ora me domina, agendei algumas leituras indispensáveis, que serão feitas em razão dos dias que disponho em virtude dos feriados. Possivelmente retorno na próxima segunda ou terça. Antes, porém, deixo (aqui) um pequeno texto, escrito pelo juiz Federal William Douglas para uma reflexão sobre a páscoa. Bom feriadão a todos!



quarta-feira, 20 de abril de 2011

DEFICIÊNCIAS


IMAGENS GOOGLE

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

"A amizade é um amor que nunca morre."

Mario Quintana (escritor gaúcho, nascido em 30/07/1906 e falecido em 05/05/1994)

terça-feira, 19 de abril de 2011

A construção da ciência


Ciência não se faz com a intervenção de alguém que se encontra na posse da verdade, a quem os outros escutam dizendo "sim, é assim". A ciência, ao contrário, desenvolve-se no debate e na discussão.

(Claus Roxin, penalista alemão)
 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Pagando a humilhação com a mesma moeda


O vendedor de peças de automóveis José Luís Pereira da Silva vai a uma agência bancária em São Paulo descontar um cheque de R$ 4 mil que havia recebido de um tio.
 
O caixa e o gerente dizem que a assinatura não confere. 
 
O vendedor chama o emitente do cheque à agência e, só assim, consegue sacar o dinheiro. Como estava sujo de pó e graxa, José Luís sente-se discriminado.

*  *  *  *  *
 
Seis meses depois, José Luís volta à mesma agência para depositar R$ 4.279,96 em moedas. Ele carrega o dinheiro em 16 caixas (originalmente destinadas a acomodar uvas) que pesam, ao todo, 130 quilos. Incrédulos com o quadro, os funcionários do banco pedem que o depositante espere.
 
Meia hora depois, vem a informação: uma resolução do Banco Central impede depósitos individuais acima de R$ 191,00 em moedas.
 
*  *  *  *  *
 
José Luís não se dá por vencido. Passado um mês, retorna ao banco, agora acompanhado de 34 amigos, cada um com um saco de moedas com valor inferior aos tais R$ 191,00.
 
O gerente liga ao departamento jurídico do banco para saber se podia recusar-se ao recebimento.
 
- Não pode se negar ao recebimento ! - adverte o veterano advogado, logo explicando que "é contravenção penal punida no art. 43 do Decreto-Lei nº 3688 de 1941, que ainda está em vigor recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país".
 
Todos os funcionários da agência - até mesmo o gerente - têm que ser mobilizar para contar as moedas. O depósito acontece.
 
Perguntado se não pensava em mover ação por danos morais, José Luís responde que o objetivo não era ganhar dinheiro da instituição. Mas - como disse textualmente - "a intenção é provocar o debate para evitar que outros brasileiros não passem pelo mesmo constrangimento".

COM INFORMAÇÕES COLETADAS AQUI.

sábado, 16 de abril de 2011

UM POUCO DE MÁRIO QUINTANA


VIA GOOGLE

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois


sexta-feira, 15 de abril de 2011

A MÃO DE DEUS

RETIREI O TEXTO A SEGUIR DO EXCELENTE BLOG DIÁRIO DE UM JUIZ.


No ano de 2010 realizei audiência para ouvir o detento Almir Maquiné num processo penal de latrocínio. Depois desse encontro, a única notícia que tive dele é que tentaram matá-lo com quatro tiros, um deles atingindo a região da cabeça.

Maquiné sobrevivera, contavam.
Semana passada, o anúncio da funcionária: “doutor, o Maquiné taí fora e quer falar com o senhor.”
Autorizo a entrada e vejo um outro Maquiné. Elegantemente vestido, barba feita, Bíblia na mão sã (perdeu o movimento da outra em razão do atentado), bem diferente do trapo humano que eu guardava na memória.
Maquiné me conta as boas novas. Os tiros de revólver não lhe tiraram a vida.
Dizem que Deus pune o homems por suas falta deixando-o viver. Maquiné discorda. Tem convicção que Deus permitiu-lhe a sobrevivência para uma missão mais nobre: espalhar Sua palavra.
A folha criminal Maquiné é extensa. São doze processos, variando de um simples furto, passando pelo tráfico, até um latrocínio. Ele admite ter cometido muitos erros, mas que agora esses erros ficaram no passado. Tem ciência que poderá vir a ser condenado, mas diz que está pronto para pagar a pena que lhe for imposta.
Ah, sim. Maquiné foi me presentar com um DVD contendo seu testemunho de vida. Estava acompanhado do repórter Wanderley Modesto, também convertido ao Evangelho.
À noite, assisti o video na companhia da minha esposa. O relato de Maquiné acerca da vida desregrada que levava, maltrantando semelhantes, magoando esposa, pais, amigos e a luta renhida para recuperar-se deixou nossos olhos lacrimosos. Não tem como não se emocionar.
Ambos permitiram que fossem por mim fotografados (Maquiné é o da direita).

quinta-feira, 14 de abril de 2011


GALERIA GOOGLE

ARTIGO COPIADO E COLADA DESSA FONTE.

A Justiça do Trabalho condenou fazendeiro de Santa Catarina a pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais por discriminação racial e insultos humilhantes contra trabalhadora rural, negra e, à época, com 16 anos. A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) não conheceu recurso do fazendeiro e manteve a condenação imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT/SC). 

De acordo com o processo, em 2008, o fazendeiro, produtor de maçã e pêssego, teria ofendido à adolescente e duas colegas após elas terem colhido frutas verdes. Embora tenha sido a mulher do próprio patrão quem teria dado a ordem para essa colheita, o fazendeiro chutou as caixas de maçãs verdes e se dirigiu as meninas como "negrada" e com insultos de baixo calão. 

Originalmente, o juiz de primeiro grau estipulou o valor do dano moral em R$ 2 mil reais. Valor alterado para R$ 20 mil pelo Tribunal Regional devido à "discriminação racial e humilhante por parte do réu e, principalmente, os fins a que se destina a reparação pecuniária (dinheiro), dentre eles, o pedagógico". 

Para o TRT, é um direito do empregado ser tratado com urbanidade e de não ser exposto a situações humilhantes e constrangedores, principalmente perante outras pessoas. "A atitude do réu, no entanto, mostrou-se dissociada desses conceitos e até mesmo de maior grau de responsabilidade que lhe impinge o exercício de função de hierarquia superior", concluiu o relator do acórdão no regional. 

Ao julgar recurso do fazendeiro questionando o desembolso de R$ 20 mil, considerados elevados por ele, a Primeira Turma do TST entendeu que o valor está de acordo com a "gravidade da situação". Para o ministro Lelio Bentes Corrêa, relator na Turma, a pena imposta foi fixada "segundo os critérios de proporcionalidade e da razoabilidade, levando-se em consideração a gravidade dos atos praticados pelo empregador ao se dirigir à reclamante com desrespeito e uso de palavra de baixo escalão, em atitude explicitamente discriminatória". 

Durante o julgamento do recurso, os ministros da Primeira Turma comentaram os casos noticiados atualmente de preconceito e discriminação no País e encararam a condenação no processo como uma resposta jurídica a essa situação.

terça-feira, 12 de abril de 2011

FRAGMENTO DO MEU PENSAMENTO


GOOGLE IMAGENS

Terminaram-se as provas. Momento reservei para meditar sobre as muitas possibilidades (positivas e negativas) que enfrentarei após formado. Ao som de TIM MAIA estou em plena madrugada observando os meus próprios pensamentos.

Antes, porém, agradeço por não haver deixado com que os bancos acadêmicos tolhessem minha sensibilidade. Acompanho, diariamente, os (as) amigos (as) se enveredarem por esse caminho sem volta. Lamento. Mundo cruel para os desumanos consigo mesmo.

Sou um privilegiado pelo fato de estar materializando o sonho em poder concluir um curso universitário tendo em vista o percentual de brasileiros que não conseguem tal feito. Tenho mais motivos para agradecer porquanto sou o único da família a conquistar (prestes a conquistar!) essa proeza.

Minha origem, jamais neguei e estou certo de que não há essa possibilidade. Aconteça o que acontecer, sou eu mesmo. Aprendi a moldar meu próprio caráter. Só quem viveu onde “vivi” e conseguiu sair de lá sem haver sido “esmagado” pelo sistema é legitimado para valorizar o momento encantador que é estar sentado em um banco acadêmico. 

Vi, infelizmente, muitos amigos morrerem. Outros, o sistema carcerário os recolheu. Extremo leste de São Paulo era o lugar onde "vivi" boa parte de minha vida. Lá, como de fato aconteceu, situações ASSIM é coisa corriqueira. O poder público constantemente está visitando a região. Sabe como? Através do IML (Instituto Médico Legal).

Fico admirado, porém respeito, o posicionamento de alguns colegas, que, pasmem!, não tiveram a oportunidade de, sequer, sair da pequena cidade interiorana onde moramos e conhecer de perto como o poder público atua, principalmente na zona Leste de São Paulo.

Quiçá a visão de mundo que eles nutrem mudaria, e muito. Arrogância é a principal característica daqueles que colocam um Vade-Mécum (código de leis) debaixo do braço e cometem o terrível equívoco de “achar” que adquiriram o direito de inferiorizar os demais.

Certa vez, comentou um professor “que não basta a formação acadêmica em si. É preciso muito mais que isso, ou seja, deve-se preocupar também com a formação humanística.” Eu, pagando carona na fala do professor acrescento que é necessário recuperar (somente àquele que um dia possuiu) a sensibilidade.        

Sobre as possibilidades (primeiro as positivas) que havia comentado no início desse texto, quero destacar que intensificarei meus esforços no sentido de que, após formado, serei um forte candidato ao ingresso na carreira de defensor público.

Com relação às possibilidades negativas, vou tão somente desconsiderá-las.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Blog atualizado



GOOGLE IMAGEM

Confissão: manter o blog atualizado não é tarefa fácil. Inúmeros compromissos têm tomado meu tempo. Mesmo assim, procuro, sempre que possível, postar alguma coisa.
Quem com frequência visita esse espaço percebe que as postagens são diversificas. Outro detalhe: embora seja acadêmico de direito, não me prendo somente aos temas jurídicos.

Em razão do trabalho, escola, família e coisas dessa mesma natureza fica difícil estar aqui todos os dias. Agora vem a revelação surpreendente para justificar o argumento de que não disponho de tempo e, mesmo assim, consigo trazer um assunto novo todos os dias.

Procuro, sempre que possível, arquivar o que vou escrevendo. Dessa maneira programo todas as postagens da semana. Só assim consigo manter o blog atualizado. Ressaltando que, às vezes, fico dias sem passar por aqui. Reiterando, não sobra tempo.

domingo, 10 de abril de 2011

SARAMAGO – IMPOSIÇÕES


Tenho uma visão bastante céptica do que chamamos de democracia. Na verdade, vivemos sob uma plutocracia, sob o governo dos ricos. Com o neoliberalismo económico, certas alavancas que o Estado detinha para agir em função da sociedade praticamente desapareceram. Não se discute hoje a democracia com seriedade. Foram impostos tantos limites à democracia que se impede o desenvolvimento de outras áreas da vida humana. Veja o exemplo do Fundo Monetário Internacional. Trata-se de um organismo que não foi eleito pela população, mas que controla boa parte da economia internacional.

sábado, 9 de abril de 2011

TALENTO


MÉRITO PARA QUEM DE DIREITO. IMPERDÍVEL CANÇÃO NA VOZ DE GABRIELA ROCHA. SANGRANDO.

TENHAM UM ÓTIMO SÁBADO. 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A psicopata da Juvelina


Por Afif Jorge Simões Neto,
juiz da 2ª Turma Recursal Cível  
 
A Juvelina é uma das pessoas mais de bem com a vida que eu conheço. E tinha tudo pra não ser assim tão na boa. Analfabeta, mãe de cinco filhos, onze netos  - e outros tantos a caminho desse mundinho hostil - tirou o sustento da ninhada faxinando a casa dos outros. Apesar de todas as dificuldades encontradas, nunca perdeu a esportiva. Ri até hoje da própria penúria, sublime particularidade agregada ao caráter dos que estão num patamar acima.

Reparando melhor, quem mais reclama só conhece por ouvir falar o funéreo chamado da senhora fome. Não tem a menor idéia do estrago que ela faz nos pequenos. Experimenta passar um dia inteiro sem comer! Multiplica isso por dois ou três e terás o retrato de um ser humano rebaixado à condição de coisa, aparentemente móvel.

Mas, retornando à Juvelina, ela conta que seu pai andava na lona, abaixo de morfina para aguentar o tirão de um câncer que se aquerenciou na carcomida carcaça bugra. Já nas últimas, a cabeça girando que nem coruja dengosa, o velho viu se aproximar do leito final o neto mais novo, uma criança mexerica, dentadura que era um brinco, cheio das preocupações materiais:

Vô, agora que o senhor tá morrendo mesmo, pra quem vai tocá o serrote?

Conforme eu tinha dito no início, a Juvelina criou os filhos com variadas agonias. Faltava tudo em casa, inclusive marido. O café preto não tinha nem lembrança do açúcar. Toda a trouxa dos mijados ela lavava no muque, felpiando uma nesga de sabão. Aproveitava até o suspiro da espuma.

Depois de aposentada, evidente que a situação deu uma boa melhorada. Aí, como forma de se vingar daquele tempo duro, tal qual a pedra do arroio onde batia roupa, chegou a ter em estoque na despensa 62 quilos de açúcar e 18 de sabão. Grande parte do açúcar tinha virado tijolo, pela inércia do manejo.

Perguntei, puxando conversa, qual a razão para tanto exagero na armazenagem. A resposta veio num repente de ponderação, quase em tom confessional:

- Jorginho, fiquei psicopata por açúcar e sabão...


quarta-feira, 6 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

DEFICIENTE NÃO DE SENSIBILIDADE


Conheci, no Facebook, várias pessoas. Entre elas está uma que, na ocasião das últimas eleições presidências, debatíamos muito sobre o tema. Muito embora, cada um defendendo e respeitando o ponto de vista alheio. Debate civilizado. Assim, não houve incidentes e a amizade virtual perdura. Mantemos contato sempre que possível.

Trocamos algumas mensagens eletrônicas. Em uma dessas mensagens, encontrava-se anexadas algumas fotos. Tenho por hábito deletar de pronto mensagens que contenham fotos. Tendo em vista meu PC ter sido infectado em algumas ocasiões. Essa, porém, foi diferente. Confesso que tomei as devidas precauções objetivando não ter mais problemas posteriores em razão de vírus.

Afastadas as questões preliminares que me amedrontavam, abri a mensagem e contemplei todas as fotos. Entretanto uma (acima) chamou minha atenção por tratar-se de algo (in)comum. Pelo menos para mim.

Afoiteza sempre me encantou. Lembro-me, ainda que vagamente, de que quando saía para o trabalho, nas manhãs ensolaradas (e, chuvosas também) lá do bairro de São Mateus, extremo leste de São Paulo, sentido Praça da Sé e, quanto chegava ao Parque Dom Pedro, era o fim da linha para mim.

Porém ainda tinha que caminhar alguns minutos até chegar ao destino final, que era exatamente na Rua General Glicério – Anhangabaú – bem próximo à estação Anhangabaú do metrô.

Pois bem. Quando chegava ao ponto final (Parque Dom Pedro) eu rumava sentido Ladeira General Carneiro para ter acesso à Rua Direita, onde seguia até o final e assim passava no viaduto do Chá e, pronto, chegava ao trabalho.

A frequência com que fazia esse trajeto permitiu que memorizasse algumas características do local. Quem conhece a região, principalmente a Rua Direita, sabe que ali existe muitas lojas, paisagens agradáveis (desagradáveis, muito mais!) além das milhares de pessoas que passam por ali.

Àquela hora que passava por ali, tanto na inda quanto no retorno, notava que ele estava lá, incansável. Enquanto muitos na mesma condição ou em condições bem mais privilegiada estavam estacionados no comodismo. Vítimas da mais absurda pasmaceira.

Desperdicei a oportunidade de conhecê-lo. Todavia, trago comigo a rica lembrança da mais rica metrópole e suas várias contradições. Essa lembrança não se resume a tão somente mais um cidadão elitizado, que ganhou notoriedade pelos meios de comunicação.

Trata-se de um deficiente físico, muitas vezes rejeitado pelo Estado, pela sociedade sem no entanto se abater. Pelo contrário, levantou a cabeça e seguiu em frente, com dignidade. Chuva ou sol estava ele lá, no horário, trabalhando.

Para felicidade, existe muitos outros (deficientes – não de sensibilidade – espalhados pelo Brasil) que nos honram e nos motiva com sua disposição, competência, determinação. Lembrei-me desse fato assim que vi essa foto enviada pelo amigo. Anos se passaram.

Hoje, fatos supervenientes fizeram com que me distanciasse da mais rica metrópole e seus (des)encantos. Contudo, a imagem desse cidadão será eternamente lembrada. O governo do Estado, que, com sua omissão aberrante, avilta, e rechaça os mais elementares direitos, considera tão somente tratar-se de mais um cidadão José.
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Foto: Alemão Ferraz

domingo, 3 de abril de 2011

Jair Bolsonaro no CQC


CONHEÇA AS IDEIAS DO DEP. JAIR BOLSONARO, MORALISTA, PRECONCEITUOSO, RACISTA, HOMOFÓBICO... PRETA GIL QUE O DIGA...

Veja este vídeo no YouTube:



sábado, 2 de abril de 2011

Rodolfo Pamplona Filho escreveu


A raiz da xenofobia
é o medo de se perder
no tipo de amor e simpatia
que o mundo não quer ver.
É um clichê através dos anos,
desde o inicio dos tempos:
que, quanto mais seres encontramos,
mais nos isolemos...

A história não se cansa
de ver o ódio aberto
a quem se arrisca na dança
de um papel outrora incerto.
O universo está repleto
de histórias de amantes
que não ficam por completo,
só por ser de lugares distantes...

Romeu e Julieta, como exemplo,
é a pior história do universo do homem,
pois, em vez de celebrar um tempo
de amor entre desiguais no nome,
consagra a sua derrota
como se fosse a forma de paz
para a única resposta
da busca por algo a mais...

Por que ter medo de olhar para o lado?
Por que ter ódio do diferente?
Somente pelo temor escancarado,
virtual ou evidente,
de ser "contaminado"
por uma forma influente
de pensar, de crer,
de amar ou de ser...

A melhor forma de combater
o preconceito a outra crença
é se misturar, a não poder,
até não perceber a diferença...
O meio perfeito de terminar,
por completo, a discriminação
é não ter medo de buscar
a pura e simples miscigenação.
Publicado  originalmente aqui.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A chuva cai incessantemente por estes lados....


Galeria Google

A chuva cai incessantemente por estes lados. Há reclamações de que as plantações estão sendo prejudicadas, assim como algumas atividades laborais ficam impossibilitadas de ser executadas. Mais reclamações. A vida continua, apesar das chuvas.

Novo dia. Desperto, olho para o horizonte e de pronto percebo que a chuva ainda está caindo e, segundo os meteorologistas, nos próximos dias, mais chuvas. Vou para o trabalho. Lá chegando, uma passada rápida pelos principais jornais do Estado (alguns, insistentemente, sustentam dizer ser os melhores jornais do país...) porém diante do principal tema por eles abordados – chuva – declino da leitura.

De repente entra na sala um amigo dizendo que acaba de decretar estado de emergência. Motivo: devido às fortes chuvas árvores foram arrancadas, a pavimentação de algumas ruas simplesmente resolveu seguir as águas das chuvas. Mais alguns instantes pude ouvir a sirene do caminhão dos bombeiros.

Chove chuva, chove sem parar. À noite, na faculdade, mais chuvas acompanhadas de muitos comentários e das várias observações no tocante aos estragos por ela causados. Há dias assim relatei sobre as chuvas que castigaram a baixada fluminense.

Felizmente, por cá, não ocorreu maiores tragédias em razão das chuvas. A pior tragédia aqui ocorrida é, sem dúvida, a que acontecesse na maior parte do mundo, a saber: a insensibilidade.

Enfim, novo dia. O sol voltará a brilhar. Não tenho como optar se chuva ou sol nos dias posteriores. Uma coisa é certa: lamento, incondicionalmente, a mão do homem sobre a natureza (o homem ao qual me refiro é exatamente assim, “h” minúsculo).

Presenciei fato lamentável dia desses quando andando pelos corredores da faculdade flagrei alunos (as) jogando papel no chão. Detalhe: distavam pouco mais de dois metros da lixeira. Atitudes semelhantes a essa contribuem e demonstram o total desrespeito com o meio ambiente. E as chuvas castigando as cidades. Inclusive a “nossa!”  

Pode ser que algumas mentes primitivas ainda sustentam o velho discurso de que escola é sinônimo de educação. Ponderar nesse sentido é extremamente importante. Uma vez que educação, na verdade, segundo minha humilde concepção de mundo é algo adquirido em casa (Dizia meu avô ‘in memoriam ’: educação vem de berço).

O que impressiona é o fato de que pessoas, para dizer o mínimo, completamente despreocupadas com questões importantíssimas num futuro não muito distante estarão à frente de responsabilidades significativas. Você confiaria em um profissional que em sua formação universitária dava um péssimo exemplo jogando papéis no chão? Responda se quiser...

Uma das primeiras lições que aprendi quando ainda criança é que deveria atentar e respeitar o direito dos outros. Tenho observado essa regra desde então. Alguns optam por viver seguindo tão somente seus instintos. Outros, felizmente e inexoravelmente, decidem por viver conscientemente.

.....e a chuva continua a cair por estes lados.....