Do grande magistrado se
espera a sabedoria, não a erudição desenfreada e vazia dos que cultivam
citações fora do contexto. Espera-se a simplicidade, não a empáfia dos pavões.
Espera-se a responsabilidade dos que sabem estar tratando com o destino de
pessoas; não a insensibilidade dos indiferentes ou o orgasmo dos sádicos.
O grande magistrado faz-se
ao longo de sua história, e não através do grande momento, da bala de prata, do
discurso rebuscado e irresponsável que acomete os vaidosos quando expostos aos
holofotes da mídia. Espera-se do grande magistrado a coragem verdadeira, dos
que não relutam em enfrentar até os assassinatos de reputação sem abrir mão de
suas convicções ; e não a coragem enganadora dos berros, dos gritos de quem
quer se fazer notar pelo escândalo.
O Ministro Ricardo
Lewandowski fala alemão. Jamais alguém assistiu embates ridículos de erudição,
como esse desafio vazio de Spy x Spy, Barbosa x Gilmar, para saber quem domina
mais o alemão. Não pretende chocar, como Marco Aurélio de Mello, mas tem a
coragem de investir contra a maioria, quando se trata de seguir sua
consciência.
Com seu ar de lente, está
longe da esperteza de praia de Luiz Fux, do ar melífluo de Ayres Britto, da
falsa solenidade de Celso de Mello ou do ar de presidente de Diretório
Acadêmico de Toffoli.
O Ministro aplicou penas
severas, sim, tão severas quanto as de qualquer juiz não afetado pelas pressões
externas da turba. Mas não cedeu um milímetro em suas convicções. Nem quando
foi cercado pelos colegas, ao tentar demonstrar o erro de interpretação na
teoria do domínio do fato. Nem quando foi alvo de campanhas inomináveis de
colunistas estimuladores de linchamentos.
Se um dia esse Supremo for
dignificado, será pelo Ministro simples, cordato, sensível que tentou trazer a
noção de humanidade e de justiça a um grupo embrigado pelas luzes de neon da
cobertura jornalística.
Clique aqui para assinar o
Manifesto de Desagravo a Lewandowski, preparado pelo Blod da Cidadania.
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