Um caso curioso chamou a atenção no
Fórum Criminal de Taubaté nesta semana. Um advogado foi convocado para uma
audiência para defender seu cliente. O problema é que o advogado também está
preso, acusado de tráfico de drogas e porte ilegal de arma. E chegou ao Fórum
de camburão e algemado. Constrangida, a juíza suspendeu a audiência. As
informações são do site Vnews.
O advogado trabalhava normalmente no
Fórum até a semana passada, quando foi preso. Com um mandado de busca, a
polícia apreendeu uma arma na casa do estagiário dele. E no escritório do
advogado, teriam sido encontrados, segundo a polícia, outro revólver e dois
tijolos de maconha. Ele foi preso acusado de tráfico de drogas e porte ilegal
de armas. E levado para a Penitenciária II de Tremembé.
Ele recebeu um comunicado, assinado
pelo juiz Flávio de Oliveira César, que solicita a presença do advogado para
defender um cliente dele, outro homem acusado de tráfico de drogas. O
documento, encaminhado ao diretor da penitenciária, foi enviado por fax e em
caráter de urgência. E a penitenciária cumpriu a determinação do juiz.
De acordo com a OAB, o advogado
chegou ao Fórum de camburão. E foi da porta do Fórum até a sala de audiência
nos mesmos trajes que o cliente dele: algemado e com uniforme de preso. Só
quando viu essa cena, a juíza responsável pela audiência cancelou os trabalhos.
A OAB pretende ouvir todos os
envolvidos no caso — inclusive a direção do Fórum — para tentar descobrir por
que tudo isso aconteceu. Será feito "um levantamento, chamando
testemunhas, colhendo provas, para sabermos o que aconteceu de fato e então
tomarmos decisões", explicou Aluísio de Jesus, presidente da OAB de
Taubaté.
A defesa do advogado também quer
explicações. "A gente vai pedir assistência jurídica da OAB de São Paulo
devido ao estado vexatório", declarou o advogado Marcelo Galvão.
O Tribunal de Justiça de São Paulo
informou que um advogado preso não deve ser liberado para defender nenhum
cliente. E que vai apurar os fatos junto ao Fórum de Taubaté.
Sobre a acusação de tráfico de drogas
e porte de arma, o defensor do advogado preso disse que ele é inocente e já
pediu Habeas Corpus para que ele aguarde o julgamento em liberdade.
Fonte: Conjur
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