Era uma vez um jovem pastor que apascentava seu rebanho nas colinas da terra de Judá. Ele tinha muitos e fiéis carneiros que lhe ouviam a voz e o seguiam por onde quer que fosse.
Um dia, o pastor viu, ao longe, um grupo de carneiros soltos, que pareciam vagar sem dono. Interessado em aumentar seu rebanho com um crescimento rápido, procurou atrair aquele rebanho levando seus carneiros a pastar próximo aos novos animais. Deu certo. Em questão de algumas horas os carneiros estavam misturados e agregados ao grupo. Não tardou chegar o inverno naquela região desértica do oriente. Os dias eram frios e as noites mais ainda. A pastagem logo se tornou escassa e os lobos, famintos, começaram a atacar em bandos tudo que pudesse lhes servir de alimento.
Num dos ataques, os lobos avançaram em dois pontos diferentes. Em um deles estavam os carneiros novos. Foi para lá que o rapaz correu e lutou com tal valentia que afastou as feras. Porém, do outro lado, um carneiro velho foi sacrificado por falta de proteção.
Rapidamente, o pastor levou seu rebanho para uma caverna onde poderia protegê-lo e alimentá-lo com a ração que havia armazenado previamente.
Ali, a melhor ração ele dava para os carneiros novos que haviam conquistado toda a sua atenção.
Os dias eram longos e as noites sombrias, até que o inverno passou e a terra começou novamente a enverdecer. O pastor abriu as portas do seu redil e o rebanho correu solto pelos campos.
Era a vida que se renovava mais uma vez.
Mas qual não foi a surpresa do pastor ao notar que os carneiros novos começaram a se afastar do rebanho e seguir um outro caminho.
“Ei, para onde vocês vão? Não lhes tratei com o melhor que tinha e lutei com os lobos para lhes defender a vida? Por que deixam o rebanho?”, gritou o pastor.
Ao que o líder dos carneiros novos respondeu:
“Pastor, esses carneiros não são seu rebanho fiel que lhe segue por toda a vida? Pois a partir da nossa chegada você os desprezou e passou a dar a nós, a quem pouco conhecia, a melhor ração e a melhor proteção. Ficou claro para nós o seu coração. Se você não é amigo dos que estão contigo há tanto tempo, amanhã, quando um novo bando se aproximar do rebanho, certamente fará conosco o mesmo que fez com eles. Pensamos que seja melhor contarmos conosco mesmo ao invés de confiarmos em um falso pastor.”
Fonte: Os amigos do Crivella
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