“E tirou Faraó o anel da sua mão, e o pôs na mão de José, e o fez vestir de vestes de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço.”
(Gênesis 41.42)
“Porque para Deus nada é impossível.”
(Lucas 1.37)
... Perguntaram, então: “Você acredita em milagres?”.
José do Egito se surpreendeu.
Não esperava por esse tipo de pergunta.
Fitou o entrevistador com firmeza.
Todos, ao redor, esperavam alguma resposta de sua parte.
Inteligentemente articulada.
Teologicamente embasada, quiçá.
Mas, por algum motivo, ele não conseguiu falar.
Travou. As ideias não se encontraram.
Lentamente, cerrou os lábios... e abriu os olhos.
Visualizou seu exterior...
Na mão, um anel de autoridade.
No corpo, uma vestimenta real.
No pescoço, um colar especial.
Percorreu seu interior...
Nos pulmões, oxigênio.
Nas veias, vida.
No coração, Deus.
Ontem, poço; hoje, trono.
Foi demais...
De repente, uma lágrima roubou a cena.
José respirou fundo.
Preferiu, sinceramente, emudecer a falar.
Todos compreenderam, é claro.
Silêncio eloquente. Silêncio sonoro.
A tolice da pergunta foi compensada pela beleza da resposta.
Melhor assim.
Afinal, como ousaria José interromper a sutileza do falar de Deus?!...
(**)Ney Stany Morais Maranhão - capturado aqui .
Um comentário:
Que belo poema, obrigada pela partilha Nilton! Um ótimo final de semana, abraço :)
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