“A justiça sustenta numa das mãos a balança que pesa o direito, e na outra, a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do direito” - Rudolf Von Ihering



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Direito e formação humanística

O simples fato de nos colocarmos à disposição para aprender (sempre!) é um grande sinal de evolução. Nessa minha escolha pelo curso de direito confesso que estou me surpreendendo, e muito, com soluções tomadas e que o texto frio da lei não prescreve.

Para ilustrar o que estou a falar, vou, resumidamente, lhes dar um exemplo extraído em sala de aula. O professor, que advoga para FUNDAP, tomou conhecimento de que havia morrido afogado o pai e irmão de um detento.

A família do detento morava na periferia de Marília/SP, onde o velório estava sendo realizado. Lugar extremamente violento. Motivo este que fez com que aumentasse o receio em levar o detento até o local (incolumidade pública).

Cogitou-se a ideia de transferir os corpos ao velório municipal. O problema é que levaria tempo e causaria muito transtorno. No interior do presídio iniciava-se um motim, em razão da exigência dos outros presos para que o colega fosse logo levado ao velório.

Pensaram em várias saídas até que surgiu a ideia de levar os corpos para uma sala dentro do presídio (que fica próximo à cidade) e, assim, o detento pôde velar pelo seu pai e irmão de forma segura.

Volto eu: parece uma coisa... podemos dizer “boba!” Mais não é e explico: o curso de direito, pelo menos aqui, é um verdadeiro instrumento para tornar os desatentos em verdadeiras “feras insensíveis”. Assim, muitos se atêm ao que o texto da lei prescreve e esquecem o resto.
No entanto, há que se ter uma formação humanística. E isso, muitos não querem!  

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