“A justiça sustenta numa das mãos a balança que pesa o direito, e na outra, a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do direito” - Rudolf Von Ihering



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

DELITO INTELECTUAL


Pressionado a obter bons resultados ele acabou por decepcionar os seus por tão somente conseguir resultado inverso ao esperado. Vários foram os argumentos usados, objetivando, dessa forma, pelo menos apaziguar a fúria de seus pais, que investiram ilimitadamente para vê-lo sempre entre os melhores.

Os pais, que acreditavam estar ele frequentando regularmente as aulas, não alimentavam qualquer tipo de dúvida de que ele seria o orgulho da família quando concluísse o tão sonhado Curso de Direito. O que infelizmente os pais não sabiam era que ele passava boa parte dos dias da semana, em companhia dos “colegas”, nos famosos barzinhos próximos à faculdade.

Quando chegava a semana de provas, ele dispunha de uma técnica infalível (cola), que o auxiliava naqueles momentos que alguns estudantes, assim como ele, costumam chamar de “branco”. Dessa forma, pela habilidade que ele tinha em executar esse procedimento os professores nunca o pegaram em pleno ato delitivo.

Nesse ínterim passaram-se os cinco anos que são exigidos para bachalerar-se em Direito. Na festa de formatura, ele extravasou. Chegou a ponto de proferir um discurso improvisado em nome da classe (sem procuração) logo após algumas taças de vinho. Tudo bem. É festa mesmo.

Seus pais sempre confiantes. O primeiro desafio pós-formado seria nada mais nada menos que o Exame de Ordem da OAB. Ele prestou o primeiro; segundo, terceiro, quarto (décimo...) e não conseguiu aprovação. Só então ele percebeu que havia cometido, durante cinco anos, aquilo que podemos chamar de “DELITO INTELECTUAL!” 

Um comentário:

Show do milhão disse...

Realmente fazer um exame que custa 200 reais que é o mais caro de todos é uma afronta a boa-fé. No entanto, a desculpa é o ensino das faculdades para fazer um exame inconstitucional e que garante a reserva de mercado.
O exame da ordem é necessário, mas um exame que avalie o conhecimento e não reprove em massa.
Eu desafio os grandes advogados que não o fizeram, mas se acham os donos da verdade.
Realmente são advogados, pois defendem um Exame que todos no meio jurídico sabem que é inconstitucional, mas não falam nada por medo de ditadores que podem retirar sua carteira do mercado, caso tenha alguma alegação contrária aos seus pensamentos....
Ditadura já acabou,mas parece que ainda temos poderosos acima de todos, inclusive da nossa Constituição.
Muita hipocrisia, pois os outros universitários que bebem no barzinho e se formam não cometeram delito intelectual e os nossos desembargadores antigos e juízes tbm não, mesmo não tendo feito o exame.
Conclusão, médico e engenheiros fazendo besteira e os culpados de tudo são os bacharéis de direito.
O problema é que a prova de hoje não é justa e não avalia conhecimento, pois é usada para reserva de mercado.
Sempre escute os 2 lados e tire suas conclusões.
MPF e todos os bacharéis devem estar sem razão.
O povo tem q acordar, pois estamos sendo enrolados há muito tempo.
É só olhar para o país e ver.
Para mim está tudo errado, mas para eles está tudo certo.
Olhe e veja.
A sua resposta dirá o lado que está.