Imagem mostra o jornalista Roberto Cabrini sendo libertado em 17 de abril de 2008. |
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo concluiu que o repórter Roberto Cabrini, atualmente à frente do “Conexão Repórter”, do SBT, foi alvo de uma armação de policiais civis há três anos. A informação é da Folha de S. Paulo.
De acordo com o texto, o relatório final da Corregedoria não aponta explicação sobre o motivo de os seis policiais envolvidos, entre eles um delegado, terem armado a prisão de Cabrini em abril de 2008. Na ocasião, ele foi acusado de levar papelotes de cocaína em seu carro.
Porém, uma hipótese levantada pela Corregedoria envolve Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas. A prisão teria sido forjada para se vingar de uma reportagem na qual o Bahamas apareceu como “prostíbulo de luxo”. Ouvido pela Corregedoria, Maroni negou.
Os policiais civis Edmundo Barbosa, João Roberto de Moraes e Alexsandro Martins Luz, o carcereiro Igor André Santos Machado e o delegado Ulisses Augusto Pascolati não foram localizados ontem para falar sobre a conclusão da Corregedoria.
Os policiais civis Edmundo Barbosa, João Roberto de Moraes e Alexsandro Martins Luz, o carcereiro Igor André Santos Machado e o delegado Ulisses Augusto Pascolati não foram localizados ontem para falar sobre a conclusão da Corregedoria.
O delegado Pascolati é o atual chefe do 101º DP (Jardim Embuias) e está em férias, fora do país.
O investigador Sérgio Jacob da Costa, segundo a Corregedoria, está preso, mas por outro caso. José Solon de Melo, advogado de Oscar Maroni Filho, também não foi encontrado. O mesmo ocorreu com a comerciante Nadir Dias da Silva.
Para recordar o caso
* O jornalista Roberto Cabrini, contratado pela Tv Record na primeira semana de abril de 2008, foi preso no da 15 do mesmo mês, em São Paulo e levado ao 100º Distrito Policial, no Jardim Herculano, região de Santo Amaro. O jornalista estava na companhia de uma mulher, a comerciante Nadir Dias da Silva, 50, que Cabrini informou ser uma fonte em depoimento à polícia e nota veiculada para a imprensa.
* A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou a prisão, mas não detalhou o motivo, imediatamente, “pois o boletim de ocorrência ainda não estava pronto”. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Record informou que imediatamente enviara advogados ao local. Segundo a emissora, Cabrini fazia uma matéria investigativa sobre tráfico de drogas.
* No dia seguinte, a Polícia Civil apresentou como motivo da prisão o fato de o jornalista – parado durante uma blitz – transportar em seu carro 10 papelotes de cocaína, transportados no console do banco do carona.
* Em seu depoimento na delegacia, o jornalista disse que os dez papelotes encontrados em seu carro foram plantados pelos policiais civis que o abordaram. “Não fizeram isso comigo de graça. O que existe por trás da prisão é grande. Estou falando de gente que mata” – disse Cabrini. Ele definiu toda a circunstância como “uma cilada”.
* Dois dias depois, o jornalista foi libertado, após receber decisão judicial de relaxamento da prisão em São Paulo. Com a decisão, a Justiça descartou a possibilidade de que Cabrini fosse realmente um traficante.
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