“A justiça sustenta numa das mãos a balança que pesa o direito, e na outra, a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do direito” - Rudolf Von Ihering



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Deus nos livre dos profissionais calculistas























Talvez o mais importante distintivo do ser humano seja seu ideal de perfeição. Mesmo a criatura mais rústica tem alguma coisa dentro de si que a faz almejar o desenvolvimento intelectual e moral.

Acontece de algumas vezes contentar-se aparentemente com a estagnação - e até o retrocesso - mas, cedo ou tarde, sente necessidade do Progresso.

A História mostra a evolução constante da humanidade.

Ficarmos encantados demais com épocas passadas e suas realizações representa um equívoco, uma vez que o melhor sempre está por vir, a não ser alguns raros pontos altos que somente são superados muito tempo depois, quando chegam a sê-lo.

Cidades como Roma, Paris e outras muito ligadas ao passado são idolatradas por pessoas saudosistas, que passam um tempo mais do que razoável apreciando as grandezas mortas, ao invés de trabalharem pela melhoria da realidade atual.

Há muito de tédio em certos intelectuais passadistas, que enxergam o presente com lentes escuras e nada fazem para melhorá-lo. Costumam simplesmente lançar críticas, desânimo e descrença.

Analisar as falhas da época atual, confrontá-las com as épocas pretéritas e reflexionar sobre tudo que aconteceu e acontece não nos exime do dever de contribuir para a evolução das instituições e do mundo em que vivemos.

Ao lado da contribuição teórica macroscópica que nos compete, existe a obrigação de “colocarmos a mão na massa” no dia-a-dia do nosso trabalho visando talvez uma contribuição prática de âmbito restrito a poucas pessoas.

Assim, ao mesmo tempo que investimos em grandes planejamentos e projetos de largo alcance, devemos cuidar dos nossos deveres imediatos junto à pequena coletividade em que labutamos.

MOHANDAS GANDHI dividia seu tempo em escrever artigos para circular entre seus milhões de concidadãos e, por exemplo, construir cabanas para os habitantes do seu “ashram” habitarem.

Não se entende a mentalidade de alguns magistrados que se recusam a atender as partes pessoalmente, que não têm paciência para conversar com elas tentando a conciliação e que julgam os processos da maneira mais formal e fria possível.

Também não consegue entender os advogados que colocam seus honorários acima de qualquer coisa e procuram eternizar as lides dos seus clientes ao invés de encurtá-las por via da conciliação, que é possível em muitos casos.

Falta muito de sensibilidade em muitos profissionais do Direito e de outras áreas.

Quando temos a infelicidade de “cair nas mãos” de algum profissional dessa índole (e eles não são poucos) somente apelando a DEUS para resolver nossos problemas...


Fonte:http://jusvi.com/colunas/41922

Divulgação:http://nilton-cezar.blogspot.com/

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Um comentário:

Nilton Cezar disse...

O autor, Luiz Guilherme Marques é Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG)é,também colunista da revista "Jus Vigilandibus."