“A justiça sustenta numa das mãos a balança que pesa o direito, e na outra, a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do direito” - Rudolf Von Ihering



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O MACHISMO MATA


O queixume daquele homem já se tornara, para os que tinham o triste compromisso de conviver com ele diariamente, motivo de muita discussão dentro da estatal em que trabalhavam. Por diversas vezes os colegas o alertaram de que aquela postura estava se tornando inconveniente e que, caso permanecesse, medidas mais sérias teriam que ser tomadas. Não houve, no caso, quem ousasse ajudá-lo ou, sequer, perguntasse qual o problema por ele vivido.

Passaram-se os dias, até mesmo meses. Quando um belo dia ela surgiu em sua frente e sua história começou a tomar outro rumo. Característica muito mais presente no “gênero feminino”, a sensibilidade estava estampado no olhar daquela mulher e ela num gesto digno de plausibilidade, optou por ouvi-lo. Como, infelizmente, vivemos em uma sociedade extremamente “machista” não foram poucos os que tentaram, ao ver sua melhora, ridicularizá-lo.

Ela, diferentemente, dotada de algo que, nos dias atuais, está muito, mais muito difícil de ser encontrada, ou seja, compreensão, não hesitou em ficar ao lado dele. Ela conseguiu, em poucos muitos de conversa, sentir que a dimensão do problema enfrentado por ele era desproporcional diante do que a vida tem para nos oferecer. Conversaram mais algumas vezes até que ela conseguir fazê-lo entender e mudar sua concepção de vida.

Disse-lhe, por exemplo, que não devia ficar preso ou se martirizando com o que os outros falassem ou pensasse a seu respeito. Disse mais: que os “machistas” não conseguem, ainda que tentem, enxergar um milímetro além do próprio nariz. Que dizer, ainda, quando o assunto se refere à sensibilidade. O machismo mata!



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