Vários desses analistas políticos que enriquecem com seu panfletarismo dissimulado as páginas dos jornalões estão, neste momento, implorando para que a oposição deixe de ser complacente com o governo Lula e faça o seu papel, que é, para tais incendiários, defenestrar o ex-metalúrgico.
Os pedidos são explícitos. Na visão dessa turma, tucanos, pefelistas e todos os outros parlamentares que gravitam ao redor dessas agremiações, mostram-se intimidados com a extraordinária popularidade de Lula e, por isso, são incapazes de partir para o embate direto.
Eles acham que, o sucesso do governo inibe os ataques - e, dessa forma, é bastante provável que o "poste" escolhido pelo presidente para sucedê-lo possa derrotar o escolhido pelos céus, ou seja, o governador paulista José Serra, para continuar a grande onda de privataria iniciada pelo inesquecível FHC. Bons tempos aqueles!
As bicadas desses falcões são doídas. Eles acusam Lula de estar se apropriando das mentes e corações de milhões de brasileiros em troca de um superficial bem-estar que se traduz em mais salário, mais emprego, mais consumo, mais educação, essas coisas supérfluas que só servem para atrapalhar o dia a dia de nossos cidadãos.
E vão além na indignação. Para tais arautos da moralidade pública é inconcebível que tanto Lula quanto o seu partido tenham, como dizem, "aparelhado" o Estado com sindicalistas, essa gentinha que veio lá de baixo para tomar o lugar de dedicados servidores que haviam sido escolhido com zelo exemplar pelos dirigentes passados.
É o país caminhando célere para se tornar a mais nefanda república obrera da história do mundo. Um horror.
Não param aí as denúncias. O maquiavélico barbudo, mostrando-se uma pessoa sem nenhum escrúpulo, é ainda capaz de se aliar com o que de pior existe na política para levar seus planos avante.
Como se vê, alertam esse valentes escribas, o perigo é real e iminente. Por isso a conclamação para que os oposicionistas assumam desde já uma posição mais incisiva, frontalmente contrária a tudo que ocorre no país neste momento.
O problema todo é que a parte mais interessada, o povo, está gostando do que vê e vive. E aí fica difícil, quase impossível, fazer o que essa meia dúzia de iluminados planeja com tanto zelo em seus escritórios refrigerados.
Mas não custa continuar tentando.
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