Como se sabe, os reis da Antiguidade exerciam o papel de juízes (normalmente como última instância), oficiando de forma mais ou menos arbitrária, de acordo com sua índole pessoal.
DAVI celebrizou-se como um juiz normalmente impulsionado pela compaixão. Com isso conseguiu criar um país, que seu filho SALOMÃO consolidou e que existe até hoje.
Vivenciou dramas domésticos pungentes, dentre os quais o estupro praticado por um dos filhos contra a própria irmã, esta que foi vingada de morte por outro irmão, este último que armou uma rebelião contra o pai e acabou sendo morto por soldados fiéis ao monarca.
Sua própria conduta pessoal deixou a desejar quando programou a morte de um dos seus soldados para abrir caminho para seu casamento com a mulher daquele servidor leal.
A história de cada juiz pode ter muito ou pouco em comum com a daquele grande homem no que diz respeito à sua fé em DEUS, seus acertos e erros e suas vitórias e fracassos.
Quando vejo a quantidade de jovens estudantes de Direito querendo ingressar na Magistratura fico pensando se é isso mesmo que querem no fundo de sua alma ou se pretendem apenas a remuneração pelo exercício do cargo.
Trata-se de um trabalho que exige muita dedicação à causa pública, sendo que não temos o direito de afrouxar nosso idealismo pelo fato de termos nossos problemas pessoais, que podem ser tão graves (ou mais) que os vividos por aquele grande julgador de milênios atrás.
Há colegas que presenciam com os olhos cheios de lágrimas seus filhos bêbados, drogados, voltados à criminalidade ou acometidos de desvio psíquico. Há outros que se vêem infelizes no casamento, desconsiderados pelo cônjuge que não lhes retribui o afeto. Há os que se vêem atraiçoados pelos próprios filhos. Há os vitimados por doenças graves na sua própria pessoa ou em algum ente querido.
Nesses casos todos, a garantia que existe de verdade é a mesma fé que robustecia DAVI e o fazia compor seus hinos de amor a DEUS e exercer suas atribuições ungido de compaixão pelo povo.
Pelas suas boas intenções nunca deixou de receber as orientações de grandes profetas seus contemporâneos, que entraram para a História como luminares do povo judeu.
Por isso, não se deve tentar corromper os juízes com favores e propostas mal intencionados, tentar enganá-los com petições mentirosas e desejar sinceramente que cumpram sua espinhosa missão com idealismo e retidão.
Nenhum ser humano (com exceção de JESUS CRISTO) é perfeito, e todos somos um misto de virtudes e defeitos.
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